domingo, 26 de julho de 2015

RESENHA: Cidades de papel; John Green


O que você faria se sua vizinha, com quem você cresceu até seus nove anos e por quem é apaixonado desde então, aparecesse em sua janela, em uma noite aleatória te convidando para uma noite de aventuras? E se no dia seguinte ela desaparecesse?
É essa a decisão que Quentin Jacobsen (ou apenas Q, para os íntimos) tem de tomar quando ele percebe que Margo Roth Spiegelman não vai voltar para a escola e que a vida dos dois não será como ele imaginou no final daquela noite memorável.
Nesse livro, apesar de ser narrado por Quentin, nós temos um vislumbre muito bom de quem é Margo Roth Spiegelman de verdade. Q como podemos ver, é um jovem que nunca falta a escola, não se importa em ficar com tédio e gosta de rotina. Mas quem é Margo por debaixo dessa casca super clichê de garota bonita, popular, namorada do cara também bonito e popular e com amigas também bonitas e populares?
O que faz esse livro ser realmente diferente é que temos uma personagem que consegue ser o mais clichê quanto é possível e ao mesmo tempo, ser um pouco do que todo jovem é. Margo tem senso de humor, tenta mudar o mundo com pequenas coisas como a regra para o uso de letras maiúsculas que, como ela diz, é muito injusta com as palavras que ficam no meio das frases ou dando a foto do namorado pelado para que Q possa fazer justiça na escola.
Mas como sempre fez, Margo fugiu e deixou um trilha de migalhas de pão para trás; essas especialmente, foram deixadas para Q, que com o tempo imerso na vida, até então, secreta de sua vizinha, vai percebendo que a jovem não era absolutamente nada do que ele e os amigos dela pensavam que era.
Margo é uma jovem mal compreendida pelos pais e que usa seu jeito rebelde para tentar conseguir a atenção e a preocupação que muitos jovens querem e nem todos conseguem. Os pais Margo, ao invés de darem o amor e atenção que deveriam, quando ela foge novamente de casa, eles trocam a fechadura para que ela não possa mais voltar.
Com personagens muito bem construídos, realmente cativantes e um cenário de fim de ensino médio, essa história se torna perfeita para muitos jovens com todas as suas filosofias que nos fazem refletir e querer aderir a esse modo de pensar. Mas algumas tentativas de fazer com que a história tivesse um aspecto mais "jovem" foram desnecessárias; como por exemplo o Quentin falando que ia tirar a cueca para dormir, ou que ele "preparava o equipamento" por algum tempo antes de conseguir mijar. Esses pontos não passaram despercebidos mas não chegam a incomodar tanto e no final o livro continua sendo espetacular.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário